28.9.04

"Mais do que partir, o que realmente dói é ficar"

Estou de pleno acordo contigo, Alexandre. E agora faz todo o sentido. Este meu amigo, ao qual faço referência no post anterior, acabou de partir... e realmente o que mais dói é ficar.
Não quero ir para o mesmo destino... simplesmente quero partir também.
Não quero ir com ele... simplesmente quero partir também.
A experiência Erasmus parece hoje tão remota, e mesmo com uma experiência Leonardo da Vinci debaixo de olho, tudo parece tão distante.

Hoje, mais do que nunca, quero partir e começar tudo de novo.

27.9.04

Já tenho saudades tuas...

Não posso deixar de partilhar a tristeza de dizer adeus a um amigo. Corajoso e impulsivo, rumo ao seu destino, partiu por alguns meses. O dia hoje amanheceu diferente. Quero essa determinação assim que precisar. Grande surpresa. Grande lição.
Aguardo, orgulhosa, notícias tuas.

Cá te espero.

O princípio do fim

Será que para seguirmos temos sempre que deixar alguém atrás?!

21.9.04

Pensamento do dia

Porque é que a vida é sempre o que não espero?!

18.9.04



Parabéns a vc
Nesta data querida
Mtas felicidades
Mtos anos de vida
Hj é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para o menino Xico
1 salva de palmas... Clap! Clap!

[Espero consigas entrar na tua própria casa]

17.9.04



O mar... o eterno portal para todas as minhas evasões.

15.9.04

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E tinha tantos planos para depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!

(...)

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Ouvi dizer | Ornatos Violeta

11.9.04

Lembrem-se do 11 de Setembro...

É esta a mensagem de George W. Bush na campanha eleitoral. Como nenhum Presidente dos Estados Unidos perdeu as eleições em tempo de guerra, também Bush se apresenta agora como "Presidente de Guerra" - a vasta guerra contra o terrorismo.
Abraham Lincoln foi reeleito durante a Guerra Civil americana, Franklin Roosevelt durante a II Guerra Mundial, Richard Nixon durante o Vietname... será que também Bush conseguirá reeleição a 2 de Novembro?

Pensamento do dia

Este é um post que penso não valer a pena ilustrar. Todos lembram, com certeza, as imagens que nos bombardearam dias e dias a fio. Falo dos atentados de 11 de Setembro. Já lá vão três anos. As acções terroristas continuam.

10.9.04

Antes de mais...

O post seguinte é muito longo, verdade seja dita. De qualquer forma não deixem de ler. Trata-se do capítulo "Em nome do amor puro", de um livro intitulado "Último Volume" de Miguel Esteves Cardoso. Lembram-se dele... na "Noite da Má Língua"... Desde que o li, tinha 17 anos, que é uma espécie de Bíblia. Não me canso de lê-lo sempre que o encontro perdido no meio de todos os outros livros. Quero que todas as minhas relaçoes sejam puras e verdadeira. Tinha que partilhá-lo.

Em nome do amor puro

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa não é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que eu quero fazer é o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Teixeira de Pascoaes meteu-se num navio para ir atrás de uma rapariga inglesa com quem nunca tinha falado. Estava apaixonado, foi parar a Liverpool. Quando finalmente conseguiu falar com ela, arrependeu-se. Quem é que hoje é capaz de se apaixonar assim?
Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão mesmo ali ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato. Por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram “em diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica da camaradagem. A paixão, que deveria ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas em vez de se apaixonarem de verdade, ficam praticamente apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. Estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o medo, o desequilíbrio, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho” sentimental. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, fachada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor é para nos amar, para levar-nos de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma conveniência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para se perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita. Não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar. O amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder, não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso, Último Volume

7.9.04



B normal or not... B YOURSELF

5.9.04

NoN StOp...







"Dans un monde où tout est électronique, où tout est calculé et industrialisé, il n'y a pas de place pour un type comme Corto Maltese".

Hugo Pratt

4.9.04

A cidade



Se tanto me dói que as coisas passem

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen

AUSÊNCIA



Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Inconstância



Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...

Florbela Espanca



See u ...


3.9.04

Senti tanto aquela noite. Perturbou. Agora a vontade é de repetir o quanto antes. Mas está difícil. Que seja breve.